quinta-feira, 21 de outubro de 2010

NÃO JULGUE OS SEUS IRMÃOS NA FÉ

Aceitem entre vocês quem é fraco na fé sem criticar as opiniões dessa pessoa. Por exemplo, algumas pessoas crêem que podem comer de tudo, mas quem é fraco na fé come somente verduras e legumes. Quem come de tudo não deve desprezar quem não faz isso, e quem só come verduras e legumes não deve condenar quem come de tudo, pois Deus o aceitou. Quem é você para julgar o escravo de alguém? Se ele vai vencer ou fracassar, isso é da conta do dono dele. E ele vai vencer porque o Senhor pode fazê-lo vencer. Algumas pessoas pensam que certos dias são mais importantes do que outros, enquanto que outras pessoas pensam que todos os dias são iguais. Cada um deve estar bem firme nas suas opiniões. Quem dá mais valor a certo dia faz isso para honrar o Senhor. E também quem come de tudo faz isso para honrar o Senhor, pois agradece a Deus o alimento. E quem evita comer certas coisas faz isso para honrar o Senhor e dá graças a Deus. Porque nenhum de nós vive para si mesmo e nenhum de nós morre para si mesmo. Se vivemos, é para o Senhor que vivemos; e, se morremos, também é para o Senhor que morremos. Assim, tanto se vivemos como se morremos, somos do Senhor. Pois Cristo morreu e viveu de novo para ser o senhor tanto dos mortos como dos vivos. Portanto, por que é que você, que só come verduras e legumes, condena o seu irmão? E, você, que come de tudo, por que despreza o seu irmão? Pois todos nós estaremos diante de Deus para sermos julgados por ele. É isto o que as Escrituras Sagradas dizem: “Juro pela minha vida, diz o Senhor, que todos se ajoelharão diante de mim e todos afirmarão que eu sou Deus.” Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus.

NÃO FAÇA OS SEUS IRMÃOS CAÍREM

Por isso paremos de criticar uns aos outros. Pelo contrário, cada um de vocês resolva não fazer nada que leve o seu irmão a tropeçar ou cair em pecado. Por estar unido com o Senhor Jesus, eu estou convencido de que nada é impuro em si mesmo. Mas, se alguém pensa que alguma coisa é impura, então ela fica impura para ele. Se você faz com que um irmão fique triste por causa do que você come, então você não está agindo com amor. Não deixe que a pessoa por quem Cristo morreu se perca por causa da comida que você come. Não dêem motivo para os outros falarem mal daquilo que vocês acham bom. Pois o Reino de Deus não é uma questão de comida ou de bebida, mas de viver corretamente, em paz e com a alegria que o Espírito Santo dá. E quem serve a Cristo dessa maneira agrada a Deus e é aprovado por todos. Por isso procuremos sempre as coisas que trazem a paz e que nos ajudam a fortalecer uns aos outros na fé. Por uma questão de comida, não destrua o que Deus fez. Todos os alimentos podem ser comidos, mas é errado comer alguma coisa quando isso faz com que outra pessoa caia em pecado. O que está certo é não comer carne, não beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa que leve um irmão a cair em pecado. Mas guarde entre você mesmo e Deus o que você crê a respeito desse assunto. Feliz a pessoa que não é condenada pela consciência quando faz o que acha que deve fazer! Mas quem tem dúvidas a respeito do que come é condenado por Deus quando come, pois aquilo que ele faz não se baseia na fé. E o que não se baseia na fé é pecado.

Romanos 14: 1-17

terça-feira, 19 de outubro de 2010

AUTORIDADE ESPIRITUAL

Hoje colocarei algo muito importante que já algum tempo vem me incomodando em meu coração. Pra variar algo relacionado à Eclesiologia.

Navegando pela internet, outro dia me deparei com um site de uma renomada igreja, onde pude constatar um artigo que me deixou muito preocupado. Segue o mesmo transcrito abaixo:


O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE AUTORIDADE ESPIRITUAL

“Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria...” (I Sm 15:23)

Deus nos chama não só para receber a Sua vida através da fé, mas para manter Sua autoridade através da submissão às pessoas que Ele mesmo estabeleceu como liderança sobre nossas vidas: Veja o que diz Romanos 13:1-7:

“Toda a alma esteja sujeita às autoridades; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal. Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência. Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo. Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.”

A igreja é um lugar onde essa obediência deve ser exercitada. Sabemos que todos os dons e ministérios exercidos na igreja são igualmente necessários e importantes no Reino de Deus, no entanto, algumas funções tem o objetivo de liderar, coordenar, orientar, organizar, ir na frente: pastores, diáconos, professores, líderes de ministério, dirigentes de grupo (Ef 4:11-12)... As pessoas que, pela graça, ocupam tais funções, tem autoridade espiritual sobre os demais. Reconhecer esta autoridade é um exercício que nos ajuda a nos submeter à autoridade de Deus.

O pecado de rebelião é muito sério pois, aos olhos de Deus, aqueles que rejeitam seus servos, o rejeitam.

Quando o reino de Israel foi estabelecido, o rei Saul foi ungido por Deus. Davi, mesmo tendo a promessa de que um dia seria o rei de Israel, não antecipou os acontecimentos, antes disse: “O Senhor me guarde, de que eu estenda a mão contra o seu ungido.” (I Sm. 26:11). Davi sabia que se estendesse as suas mãos contra Saul, estaria se rebelando não contra Saul, mas contra a unção que Deus havia dado a ele. Eis um homem que sabia realmente se posicionar debaixo da autoridade do Senhor...

Todo cristão deve ser sensível em dois pontos: com o pecado e com a autoridade. Onde quer que você vá, pergunte: “- A quem devo obedecer?” Ao tomar consciência da autoridade em sua vida, você será capaz de perceber a autoridade de Deus em toda parte. E lembre-se: rejeitar uma autoridade delegada é afrontar diretamente a Deus.

“Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas” (Hb 13:17)

Fim do texto do site.

Fonte: http://www.terceirabatista.org.brl



Gostaria agora de colocar a minha opinião e análise ao texto supracitado acima. Tal opinião pode ser considerada como uma Refutação exegética de caráter de “alerta à Igreja”:

Após a leitura deste artigo citado acima, fico assustado e pensando comigo mesmo; aonde esse povo vai parar? Fiquei estupefato com tamanha distorção Bíblica!

Muitos vão me criticar e até dizer que eu estou sendo “rebelde” conforme o artigo citado acima, mas se eu concordar com tudo isso sem ao menos verificar como os crentes de Beréia (At 17:10-15) se realmente este texto está correto com a Bíblia, eu estaria sendo apenas mais um alienado a este sistema herético e manipulador que infelizmente existe atualmente em muitas igrejas, onde os pastores e líderes são colocados como pessoas possuidoras por uma “unção especial” e que não podemos “tocar nos ungidos de Deus”, que jamais devemos questionar ou discordar, se não corremos o sério risco de sermos excomungados pela congregação e ainda taxados de rebeldes e amaldiçoados por Deus. Eles são os “super-crentes”, ninguém mexe, ninguém questiona, ainda mais se for a tal “unção apostólica do povo apostólico” liderado pelos contemporâneos apóstolos e até apóstolas. São os pastores que jamais erram, os “vasos” irrepreensíveis que recebem uma determinada “unção especial” de Deus para conduzir o Corpo de Cristo, para proclamar tomada de territórios, para profetizar sobre o futuro e proferir palavras de “poder” para o povo. O pior de tudo é que os mesmos pregam uma cultura de alienação hierárquica e de domínio pastoral através de uma pregação teológica distorcida e baseada em erros teológicos graves, muitas vezes influenciado por estrangeiros especialistas em “teologia da prosperidade”, dentre outras aberrações, que trazem seus modismos para o nosso país e influenciam muitas igrejas nestes últimos dias.

Eu como pastor sinto vergonha de tudo isso, mas com certeza não serei um alienado e meu papel é abrir os olhos do povo de Deus para esses “abusos pastorais”, pois temos que seguir a Palavra de Deus. O apóstolo Paulo advertiu à Timóteo sobre o dever do Crente em defender a Palavra de Deus a todo custo:

“Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, que não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.” 2 Tm 4:2-4

Portanto, peço que você que está lendo este artigo, ore e peça a direção do Espírito Santo para este assunto. Segue abaixo a minha refutação, que a mesma possa servir de alerta para Igreja:





Para iniciar, Romanos 13 não é direcionado a “autoridade eclesiástica”. Fazer tal afirmativa é forçar o texto através de falácias graves: “argumentum ad ignorantiam e Non Sequitur”.

Romanos 13, pelo contexto, é direcionado especificamente as “autoridades governamentais”. Não há evidência nem margem exegética nenhuma para afirmar que “também” é direcionada a “autoridade eclesiástica”. Quem afirmar o contrário está torcendo o texto sem respeitar o contexto, desrespeitando assim as regras de exegese e hermenêutica!

Para se ter uma idéia desta tamanha distorção, Jesus foi bem categórico quando falou sobre este mesmo assunto:

Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” Mt 20:25-28 Grifo meu.

Nesta passagem a Bíblia nos narra quando a mulher de Zebedeu, mãe de Tiago e João veio até Jesus para pedir-lhe que colocasse em seu reino os dois filhos em posição de honra e autoridade ao lado direito e esquerdo de Jesus.(vs 21). Porém Jesus foi categórico com a mulher, como podemos constatar nos versos seguintes.

Será que Paulo, em Romanos estaria se contradizendo com JESUS sobre o tema? Com certeza não, quem se contradiz são aqueles que afirmam que Rm 13 é direcionado também para a autoridade eclesiástica. Aliás, sobre essa suposta “autoridade espiritual” dos pastores sobre os crentes, quero comentar a respeito.

A única autoridade espiritual que existe na igreja perante os crentes é JESUS. A Bíblia diz em Mt 28:18 “Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a terra”.

Jesus é o cabeça do corpo de Cristo, nós todos somos os membros. Nenhum membro do corpo pode exercer superioridade através de autoridade espiritual a um outro membro, somente o cabeça (que é Cristo), é que controla todo o corpo. É assim na igreja. Jesus tem autoridade sobre toda a igreja. Todo crente que estiver em Cristo tem a mesma autoridade espiritual que nos é concedida através de Jesus. O véu foi rasgado, todos nós temos acesso. A unção é a mesma, a autoridade é a mesma, o acesso ao Pai é igual para todos! (Veja 1 Co 12).

Portanto, não existe base bíblica neo-testamentária para que um crente tenha autoridade espiritual sobre outro crente. Isso é invenção de líderes dominadores que querem manipular e controlar o rebanho da Igreja de Cristo.

A igreja com certeza é uma instituição organizada que foi estabelecida por Cristo, pois sabemos que existem dons e ministérios necessários para a edificação e organização do Corpo. Sabemos também que algumas funções têm como objetivo de liderar e coordenar a igreja. Se não fosse assim seria uma verdadeira bagunça, todo mundo iria mandar e desmandar e o culto ao nosso Deus com decência e ordem não seria possível. Porém é importante que se diga que nenhum desses dons possui “autoridade espiritual” sobre os demais crentes. Vejamos:

Em 1º lugar:

Alguns desses dons estão citados em Ef 4:11-12. Muitos pastores e líderes manipuladores citam esta passagem e afirmam que existe uma “hierarquia” ministerial na Igreja, dando uma conotação de “poderes especiais” para determinados membros do Corpo de Cristo. Porém, esta passagem jamais pode ser interpretada desta maneira.

Efésios 4:11 não mostra uma corporação de clérigos quando diz, “Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores. . .”

De maneira alguma isso acontece. Efésios 4 tem em vista aqueles dons que equipam a igreja para a diversidade do serviço (vv. 12-16). Os dons enumerados no texto são na realidade pessoas dotadas para capacitar a igreja (vv. 8,11). Estes são os dons que o Espírito Santo reparte a cada individuo como Ele quer (1 Cor. 12:11).

Em outras palavras, Efésios 4 não trata dos dons dados a homens e mulheres como uma estrutura hierárquica. Trata de homens e mulheres providos de dons que são dados à igreja. Apóstolos, profetas, evangelistas e pastores/mestres são pessoas que o Senhor levantou e outorgou à igreja para sua formação, coordenação e edificação.

Sua tarefa principal é nutrir a comunidade de crentes para que participem responsavelmente de acordo com os princípios divinos. O êxito desta tarefa se fundamenta na habilidade que possuem para capacitar e mobilizar os santos para a obra do ministério. Desta maneira, os dons de Efésios 4 equipam (do grego: katartízo = completar, preparar; e katartismós = capacitação, aperfeiçoamento) o Corpo de Cristo para que este leve a cabo o propósito eterno de Deus.

Estes dons não são ofícios nem posições formais hierárquicas. Tais termos gregos não constam do texto. Trata-se de irmãos com dons “habilitadores” peculiares, dados para cultivar os ministérios de seus irmãos.

Os apóstolos capacitaram a igreja desde seu nascimento, ajudando-a até que pudessem caminhar pelos próprios pés.

Os profetas adestraram a igreja falando a ela a palavra presente do Senhor, confirmando os dons de cada membro, preparando-a para as provas futuras.

Os evangelistas habilitam a igreja servindo como modelo na pregação das boas novas aos perdidos. Os pastores/mestres instruem a igreja cultivando sua vida espiritual por meio da exposição da Escritura.

Alguns crêem que pastores e mestres são dois ministérios separados, enquanto que outros os vêem como dimensões distintas do mesmo ministério. Nesse último conceito, pastorear seria o lado privado deste ministério, enquanto que seria o lado público.

Os ministérios de Efésios 4 (eventualmente chamados como “o quíntuplo ministério”) não equivalem à liderança da igreja. Apóstolos, profetas, evangelistas e pastores/mestres podem ser anciãos ou não.

Em suma, Efésios 4:11 não contempla coisas como clero assalariado, ministério profissional ou algum tipo de sacerdócio fabricado. Tampouco se refere a uma classe diferente de cristãos ou uma hierarquia eclesiástica. Assim como o catálogo de dons apresentados por Paulo em 1 Coríntios 12:28, Efésios 4 tem em vista funções especiais em vez de posições formais.


Em 2º lugar:

O texto do site citado no início coloca certa ligação entre “autoridade de Rm 13” com Hb 13:17 que nos diz:

“Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros”.


Analisando esta passagem:

Obedecei = deixar-se guiar / submeter-se
Submisso (vocábulo "submeter") = grego: hupotaso = sujeição voluntária / obediente / respeitoso / sujeito.

Repare agora na diferença etimológica comparando-se à palavra “autoridade” citada em Rm 13:

Autoridade = poder de mandar / domínio / poder público. (dicionário Aurélio).

Termo grego para autoridade: Exousia = deriva da palavra exestin, que significa uma ação possível e legítima que pode ser levada a cabo sem obstáculo.

A autoridade (exousia) relaciona-se com manifestação e comunicação de poder. Mais especificamente, a autoridade é o direito de realizar uma ação particular. A Escritura ensina que Deus é a fonte única de toda autoridade (Rom. 13.1), e esta autoridade foi conferida a Seu Filho (Mat. 28:18; João 3:30-36; 17:2).
Apenas Jesus Cristo tem autoridade. O Senhor Jesus disse claramente, “Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a terra”. Ao mesmo tempo, Deus delegou Sua autoridade aos homens e mulheres deste mundo para propósitos específicos.
Por exemplo, na ordem natural, Deus instituiu diversas esferas onde Sua autoridade deve ser exercida (Efésios 5:22-6:18; Col. 3:18-25). Estabeleceu certas “autoridades oficiais” com o propósito da preservação da ordem sob o sol. Aos oficiais governamentais, como reis, magistrados e juízes, foi dada esta autoridade (João 19:10, 11; Rom. 13:1 ss.; 1 Tim. 2:2; 1 Ped. 2:13-14).
A autoridade oficial é autoridade conferida a um oficio estático. Funciona independente das ações da pessoa que a ocupa. A autoridade oficial é autoridade posicional e fixa. Enquanto a pessoa ocupar o cargo, tem autoridade.
Quando alguém exerce as funções de autoridade, o recipiente chega a ser “uma autoridade” por seu próprio direito. É por esta razão que se exorta aos cristãos que se sujeitem aos líderes governamentais – não importando seu caráter (Rom. 13:1ss.; 1 Ped. 2:13-19).
Nosso Senhor Jesus, assim como Paulo, mostraram espírito de sujeição quando compareceram ante a autoridade oficial (Mat. 26:63-64; Atos 23:2-5). De maneira similar, devemos sempre nos sujeitar a esta autoridade. A ausência de lei e o desprezo pela autoridade são sinais de uma natureza pecadora (2 Ped. 2:10; Judas 8). Ao mesmo tempo, a sujeição e a obediência são duas coisas bem diferentes, e é um erro fatal confundi-las.
Sujeição Versus Obediência
Em que difere a sujeição da obediência? A sujeição é uma atitude. A obediência é uma ação. A sujeição é absoluta. A obediência é relativa. A sujeição é incondicional. A obediência é condicional. A sujeição é um assunto interior. A obediência é um assunto exterior.
Deus nos convoca a ter um espírito de humilde sujeição diante daqueles que Ele colocou em autoridade sobre nós na ordem natural. Contudo, não podemos obedecer-los se nos mandam fazer o que viola Sua vontade, porque a autoridade de Deus é maior que qualquer autoridade terrena.
Não obstante, você pode desobedecer enquanto se submete. Pode desobedecer a uma autoridade terrena mantendo um espírito de humilde sujeição. Pode desobedecer e ao mesmo tempo manter uma atitude de respeito e reverencia distinto do espírito de rebelião, injuria e subversão (1 Tim. 2:1-2; 2 Ped. 2:10; Judas 8).
A desobediência das parteiras hebréias (Ex. 1:17), os três jovens hebreus (Dn. 3:17-18), Daniel (Dn. 6:8-10), e os apóstolos (Atos 4:18-20; 5:27-29) exemplificam o principio de estar sujeito a uma autoridade oficial ao mesmo tempo em que desobedece quando esta se choca com a vontade de Deus.
Se Deus estabelece autoridade oficial para operar na ordem natural, ele não instituiu este tipo de autoridade na igreja. É por essa razão que os líderes eclesiásticos silenciam diante dos argumentos de Paulo na esfera da autoridade em Efésios 5-6 e Colossenses 3.
Deus dá autoridade (exousia) aos crentes para exercer certos direitos. Entre eles está a autoridade (exousia) de serem feitos filhos de Deus (João 1:12), possuir propriedades (Atos 5:4), decidir casar-se ou não (1 Cor. 7:37), decidir o que comer ou beber (1 Cor. 8:9), curar enfermidades (Mar. 3:15), expulsar demônios (Mat. 10:1; Mar. 6:7; Luc. 9:1; 10:19), edificar a igreja (2 Cor. 10:8; 13:10), receber bênçãos especiais associadas a certos ministérios (1 Cor. 9:4-18; 2 Tes. 3:8-9), ter autoridade sobre as nações e comer da árvore da vida no reino futuro (Ap. 2:26; 22:14).
Mas em nenhuma parte a Bíblia ensina que Deus deu autoridade (exousia) aos crentes sobre outros crentes!
Recordemos a palavra de nosso Senhor em Mateus 20:25-26 e Lucas 22:25-26 onde condena as formas de autoridade tipo exousia entre seus seguidores. Este fato deve ser motivo para uma séria reflexão.
Portanto, sugerir que os líderes na igreja devem exercer o mesmo tipo de autoridade que os dignitários representa logicamente um salto e uma excessiva generalização. Uma vez mais, o NT nunca vincula a exousia aos líderes da igreja, nem estabelece que alguns crentes tenham exousia sobre outros crentes.
Sem dúvida, o AT descreve os profetas, sacerdotes, reis e juízes, como autoridades oficiais. Isto se deve ao fato destes “ofícios” serem sombras da autoridade ministerial do próprio Jesus Cristo. Cristo é o verdadeiro Profeta, Sacerdote, Rei e Juiz. Mas no NT nunca encontramos qualquer passagem que descreva ou represente algum líder enquanto autoridade oficial. Isto inclui os guardiões locais, assim como aos obreiros de fora.
Para ser franco, a noção de que os cristãos têm autoridade sobre outros cristãos é um exemplo de exegese forçada e, como tal, é biblicamente insustentável. Quando os líderes da igreja exercem o mesmo tipo de autoridade que desempenham os oficiais governamentais, tornam-se usurpadores!
Certamente, a autoridade funciona na igreja, mas esta autoridade que funciona na ekklesia é notavelmente diferente da que se exerce na ordem natural. Isto faz sentido na medida em que a igreja não é uma organização humana, mas um organismo espiritual. A autoridade que opera na igreja não é oficial. É orgânica!
Em 3º Lugar:
Muitos pastores e líderes, sempre quando alguém nota algo errado e tenta questiona-los e exortá-los, os mesmos respondem em um tom de repressão, citando a famosa frase “não toqueis nos meus ungidos”.
Quero agora desmistificar esta passagem com uma refutação bem simples.


A expressão "ungido do Senhor" é bíblica e ocorre exatas oito vezes no texto hebraico do Antigo Testamento. Seis destas oito menções fazem referência ao rei Saul. Uma faz referência ao Rei Davi e uma diz respeito ao Ungido do Senhor como aguardado pelo profeta Jeremias. As menções aos reis Saul e Davi, deixam bem claro que os ungidos do Senhor não eram homens imunes nem a erros, nem a críticas e muito menos à disciplina por parte do Senhor. Ver a lista completa de versículos que trazem a expressão "ungido do Senhor" no final deste artigo.

A expressão "teu ungido" é também bíblica e ocorre seis vezes no texto hebraico do Antigo Testamento. Destas seis, uma diz respeito ao rei Davi e todas as outras ao Ungido como esperado pelo povo de Israel. Novamente a referência ao rei Davi é um claro indicativo que o "ungido do Senhor" era alguém passível de cometer erros, de sofrer críticas e, no caso específico de Davi, de sofrer graves conseqüências por pecados cometidos. Ver a lista completa de versículos que trazem a expressão "teu ungido" no final deste artigo.

A expressão "meu ungido", da mesma forma que as duas anteriores, é bíblica e ocorre duas vezes no texto hebraico do antigo testamento. As duas referências dizem respeito ao Messias ou Ungido como esperado pelo povo de Israel. Ver a lista completa de versículos que trazem a expressão "meu ungido" no final deste artigo.

Por sua vez, a expressão "seu ungido", ocorre onze vezes no texto hebraico do Antigo Testamento e uma única vez no texto grego do Novo Testamento. Estas onze referências estão assim distribuídas:

* 5 vezes fazem referência ao Ungido como o esperado Messias de Israel.
* 3 vezes fazem menção a Saul.
* 1 vez diz respeito à Eliabe, irmão de Davi.
* 2 vezes a citação é referente ao rei Davi.
* 1 vez ao imperador dos Medos, Ciro.

Desta maneira fica fácil notar que quando não se refere ao Ungido que representa o Senhor Jesus, os textos falam de homens que foram tão pecadores como qualquer um de nós. A unção para ser rei sobre o povo de Israel, conferida a Saul e a Davi, não era nenhuma garantia de que aqueles homens estavam imunes do poder do pecado, ou que não poderiam ser criticados e que estariam completamente isentos da disciplina de Deus. Ver a lista completa de versículos que trazem a expressão "seu ungido" no final deste artigo.

Por fim restam as duas referências que trazem de forma explícita a expressão "não toqueis nos meus ungidos". Estas referências são:

1 Crônicas 16:22 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.

Salmos 105:15 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.

Antes de analisarmos estes versículos é necessário dizer que os mesmos são idênticos e isto por um bom motivo. O verso de 1 Crônicas é parte de uma compilação de Salmos que se estende do verso 7 até o verso 36 do capítulo 16 de 1 Crônicas. Esta compilação contém partes dos salmos 96, 105 e 106.

Conforme dissemos, os dois versículos são idênticos, portanto, a interpretação de um servirá como interpretação para o outro também. A questão mais importante para nós, neste momento, é definir acerca de quem o salmista está falando? Quem são os ungidos do Senhor? O contexto deixa isto bem claro, e por ele nós podemos ter certeza absoluta quem são as pessoas a quem o Senhor se refere como sendo os "ungidos do Senhor" e de "meus profetas". Salmos 105:8 - 15 diz o seguinte:

“Lembra-se perpetuamente da sua aliança, da palavra que empenhou para mil gerações; a aliança que fez com Abraão e do juramento que fez a Isaque; o qual confirmou a Jacó por decreto e a Israel por aliança perpétua, dizendo: Dar-te-ei a terra de Canaã como quinhão da vossa herança. Então, eram eles em pequeno número, pouquíssimos e forasteiros nela; andavam de nação em nação, de um reino para outro reino. A ninguém permitiu que os oprimisse; antes, por amor deles, repreendeu a reis, dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.”

O texto é absolutamente cristalino. Aqueles que são chamados de "ungidos do Senhor" e de "meus profetas" são os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. São os Israelitas. Todos e cada um deles. Ninguém que pertença verdadeiramente ao povo de Israel é deixado de fora.

Portanto, como dissemos, o mito de que os pastores constituem-se em os "ungidos do Senhor", como uma casta distinta e superior a todos os crentes, não passa realmente de uma invencionice perversa cujo único propósito é munir homens perversos com mecanismos que os possibilitem abusar de suas ovelhas. Precisamos retornar, de maneira urgente, ao padrão bíblico do pastor-servo à imitação do próprio Senhor Jesus.
Para um estudo mais exaustivo e completo, eu recomendo (altamente recomendável) a leitura do artigo original desta explicação sobre o tema “ungidos do Senhor” no site “JESUSSITE” através do seguinte link:
http://www.jesussite.com.br/acervo.asp?Id=1276

Para finalizar:

Nós devemos ter os nossos líderes e pastores de uma maneira respeitosa e submissa no sentido de “deixar os mesmos nos guiar na Palavra e no ensino de Deus”, devemos confiar, de coração aberto, os mesmos sendo servos de Deus para cuidar, apascentar e ensinar a Igreja de Cristo e também para coordenar a igreja em sua forma funcional e organizacional. O Pastor merece honra, reconhecimento e respeito de todos da Igreja. Porém o Pastor também é humano, sujeito a erros e a pecados, bem como a exortação e repreensão.

Mas, jamais devemos ter nossos pastores ou líderes como se fossem superiores aos demais irmãos da igreja, como se os mesmos possuíssem “unção diferenciada” ou “poderes especiais”. É um erro tremendo ter os mesmos como um “ser especial com unção diferenciada super-crente cobertura espiritual”. Somos co-herdeiros em Cristo, o véu foi rasgado, temos acesso à vida através de Jesus e a unção procede diretamente de Deus para todo o Corpo de Cristo. Temos todos a mesma unção, os mesmos direitos e não precisamos de nenhum “homem mediador” para ter acesso ao pai. O único mediador entre Deus e os homens é JESUS CRISTO!

Que o povo de Deus possa abrir os olhos para os líderes manipuladores!

Em Cristo,

Ruy Marinho

obs.: Recomento a leitura do livro on line "Quem é tua Cobertura" de Frank A. Viola, clique aqui para ler o mesmo na íntegra.

TEXTO RETIRADO DO BLOG: BEREIANOS | APOLOGÉTICA CRISTÃ REFORMADA (http://bereianos.blogspot.com/2007/11/cuidado-com-os-pastores-dominadores.html)

sábado, 16 de outubro de 2010

Dez acusações contra a igreja moderna (4ª Acusação)

Dez acusações contra a igreja moderna


Por Paul Washer


Quarta acusação: Uma ignorância do evangelho de Jesus Cristo.



. . Nossa quarta acusação: Uma ignorância do evangelho de Jesus Cristo.
. . Eu quero submeter a você esta noite que este país não é endurecido ao evangelho. É ignorante do evangelho, porque a maioria dos seus pastores o é. E deixe-me repetir isto. O problema deste país não são os políticos liberais, a raiz de socialismo, Hollywood ou qualquer outra coisa. É o, assim chamado, pastor evangélico de nossos dias e o pregador de nossos dias e o evangelista de nossos dias. É aí que o problema deve ser encontrado. Nós não conhecemos o evangelho. Nós pegamos o glorioso evangelho de nosso Bendito Deus e o reduzimos a “quatro leis espirituais” e “cinco coisas que Deus quer que você saiba”, com uma pequena e supersticiosa oração no final que se alguém repetir depois de nós com bastante sinceridade nós o declaramos, de uma forma papal, nascida de novo.
. . Nós trocamos regeneração por “decisionismo”.

. . Em primeiro lugar, eu estou pasmo com quantos crentes devotos, andando na fé há 30 ou 40 anos, virão a mim, depois de eu falar sobre o que eu vou falar por alguns poucos minutos, com lágrimas dizendo: “Irmão Paul, que eu nunca ouvi isto antes em minha vida”. E, entretanto, esta é a doutrina histórica de redenção, de propiciação.
. . Veja! Quando você falar sobre o evangelho, meu querido amigo, o faça claramente. O evangelho começa com a natureza de Deus e vai para a natureza do homem e a queda deste. Essas duas grandes colunas do evangelho vêm montar para nós o que deveria ser chamada e conhecida por cada crente como “o grande dilema”. E o que é este dilema? Se Deus é justo ele não pode te perdoar.
. . O maior problema em todas as Escrituras é este. Como Deus pode ser justo e ao mesmo tempo o justificador de homens maus, quando as Escrituras por toda a Bíblia declaram — especialmente em um texto que eu tirei de Provérbios — “O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um como o outro são abomináveis ao SENHOR.” (Pv 17: 15). E ainda assim, todas nossas canções cristãs ostentam sobre como Deus justifica o perverso.
. . Este é o maior problema. Esta é a acrópole da fé cristã. Assim disse Martyn Lloyd-Jones e Charles Spurgeon e qualquer outro que leu Romanos 3. Você tem que mostrar isto às pessoas. O grande problema é que Deus é verdadeiramente justo e todos os homens são verdadeiramente maus. Deus para ser justo deve condenar o homem mau. Entretanto Deus, para a própria glória dele, pelo grande amor com que ele nos amou, enviou seu Filho, o qual caminhou nesta terra como um homem perfeito. E, então, de acordo com o plano, o plano eterno de Deus, ele foi àquele madeiro. E naquele madeiro, ele tomou nosso pecado. E, assumindo a posição legal de seu povo e carregando a nossa culpa, ele se tornou uma maldição.

“Maldito todo aquele que não persiste em praticar
todas as coisas escritas no livro da Lei” (Gálatas 3:10)
. . Cristo nos resgatou da maldição se tornando uma maldição em nosso lugar.
. . Tantas pessoas têm esta visão romântica, impotente do evangelho onde o Cristo está lá, pendurado no madeiro, sofrendo debaixo das feridas do Império Romano, e o Pai não teve a força moral para agüentar o sofrimento de Filho dele, e, por isso, virou Sua face.
. . NÃO!!
. . Ele se virou porque o Filho dele se tornou pecado.
. . E tantos, quando Ele está naquele jardim e grita “passa de mim este cálice”, especulam: “Bem, o que esteve no cálice? Oh, é a cruz romana. É o chicote. São os cravos. É tudo isso e tudo aquilo.”
Eu não quero desconsiderar os sofrimentos físicos de Cristo naquele madeiro, mas o cálice era o cálice da ira de Deus Pai que teve que ser despejada sobre o Filho. Alguém teve que morrer, suportando a culpa do povo de Deus, desamparado por Deus pela justiça dele e esmagado debaixo da ira de Deus, pois “ao SENHOR agradou moê-lo”. (Isaías 53: 10)
. . Eu estava na Alemanha um tempo atrás ou em um seminário alemão na Europa há um tempo e vi este livro “A Cruz de Cristo” – não era o livro de John Stott, era outro. Eu o peguei e comecei a ler e isto é o que ele dizia: “O Pai olhou do céu para o sofrimento infligido sobre Seu Filho pelas mãos de homens e considerou isto como pagamento pelos nossos pecados.”
. . Isso é heresia.
. . Agora, aquele sofrimento físico, aquela crucificação era tudo parte da ira de Deus. Teve que ser um sacrifício de sangue. Eu não desprezarei nada disso. Mas, meu amigo, se você parar aí, você não tem um evangelho.
. . E deixe-me lhe perguntar: Quando o evangelho é pregado e compartilhado em evangelismo pessoal atualmente, você sequer ouve as coisas que eu há pouco disse? Quase nunca. Nunca é deixado claro que Cristo pôde redimir porque Ele foi moído debaixo da justiça de Deus e tendo satisfeito a justiça divina com a Sua morte, Deus é, agora, justo e o justificador de ímpios.
. . Redução de evangelho.
. . E nós ainda nos perguntamos por que não há nenhum poder nele. Nós nos perguntamos por quê. O que aconteceu? Eu irei te falar. Quando você deixa de lado o evangelho e não há mais nenhum poder em sua suposta mensagem do evangelho, você, então, tem que recorrer a todos aqueles pequenos truques de mercado, que são tão proeminentemente usados hoje em dia para converter os homens. E nós todos conhecemos a maioria deles. Todos eles não funcionam.
. . Meu querido amigo, deixe-me dizer isto. Vários anos atrás, quando eu estava me formando do seminário eu tive que tomar uma decisão se eu ia ir fazer meu Ph.D. Deus, a fim de salvar minha vida espiritual, me enviou para o meio das selvas no Peru, o mais longe possível do mundo acadêmico que eu poderia ficar. E lá eu comecei a perceber algo.
. . Como disse Spurgeon, “Maiores homens, com mentes maiores que a minha, se aproximaram desta doutrina da Segunda Vinda, mas em vão. É uma grande e poderosa doutrina.” Ele disse, “eu me fixarei nisto: buscar compreender algo sobre Jesus Cristo e ele crucificado.”
. . Deixe-me lhe falar isto. Eu fico tão bravo quando as pessoas tratam o glorioso evangelho de Cristo como se fosse um primeiro passo para entrar no Cristianismo, que só leva aproximadamente 10 minutos de aconselhamento e então você parte para coisas maiores. Isso lhe mostra como nós somos patéticos em nosso entendimento das coisas de Deus.
. . Meu amigo, no dia da Segunda Vinda você entenderá absolutamente tudo sobre a Segunda Vinda, mas você estará em eternidade de eternidades no céu e você vai nem mesmo começar a compreender a glória de Deus no Calvário. É tudo sobre isto.
. . Moço, jovem pregador, me escute. Persiga-O naquele madeiro. O que significa. Você não precisará construir fogos estranhos em seu forno, se você só pegar um relance do que ele fez naquele madeiro, o que ele fez naquele madeiro.
. . Eu amo dizer isto. Eu já o disse um milhão de vezes. Abraão leva Isaque para cima daquela montanha. O filho dele, o único filho dele quem ele amou. Você supõe que o Espírito Santo estava tentando para nos falar sobre algo futuro? E aquele filho não resistiu, mas se entregou. E quando aquele pai rendeu sua vontade a vontade de Deus, ele levantou aquele cutelo para perfurar o próprio coração de seu filho. Mas a mão dele foi detida e foi falado ao velho homem que Deus tinha provido um carneiro.
. . Tantos cristãos pensam: “Oh, que final bonito para aquela história.” Não é o fim. É o intervalo. Milhares de anos depois, Deus o Pai pôs Sua mão sobre Seu Filho, o único Filho dele quem ele amou, e tirou o cutelo da mão de Abraham e sacrificou Seu Filho Unigênito sob a plena força de Sua ira.
. . Agora você sabe por que aquele pequeno evangelho que você prega não tem nenhum poder? Porque não é nenhum evangelho. Vá ao evangelho. Gaste sua vida em seus joelhos. Se afaste dos homens. Estude a cruz.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Paul Washer - Dez Acusações (3ª Acusação)

Terceira Acusação: uma falha ao falar da depravação do homem



. . A terceira acusação: uma falha ao falar da depravação do homem.
. . Quando eu olho para o livro de Romanos, que é um dos meus livros preferidos da Bíblia, ele não é uma teologia sistemática, mas se você pudesse dizer que qualquer livro da Bíblia foi uma teologia sistemática o livro de Romanos seria o mais próximo. Não é surpreendente que Paulo gasta os três primeiros capítulos do livro procurando fazer uma coisa? Levar todos os homens à condenação. Levar todos os homens à condenação.
. . Mas não é que a condenação seja seu grande bem supremo de sua teologia. Não é o seu fim ou o seu objetivo final. É um meio para trazer salvação para seus leitores, porque os homens têm que ser levados ao conhecimento de si próprios, antes de entregar a si próprios a Deus. Hoje, os homens são feitos de tal modo decaídos que você tem que cortar deles absolutamente toda esperança na carne antes que eles possam ser levados a Deus.
. . Isto é importante em tudo, mas é especialmente importante no evangelismo.
. . Eu me lembro. Eu tinha 21 anos e tinha acabado de ser chamado para pregar e eu caminhava em uma antiga loja onde eles venderiam ternos para os ministros pela metade do preço. Eles têm feito isso por 50, 60 anos. E eu caminhava lá dentro, e eu estava procurando um terno em Paducah, Kentucky e inesperadamente a porta se abriu. Eu ouvi a campainha tocar. A porta se fechou. Havia um velho, velho homem em pé ali. Eu nunca peguei o nome dele, mas quando ele entrou, ele olhou para mim.
. . Ele disse: "Garoto, você foi chamado para pregar, não é?"
. . Eu disse: "Sim, senhor."
. . Ele era um velho, velho evangelista. Ele disse: "Você vê onde está aquele prédio fora deste prédio?
. . Eu disse, "Sim, senhor".
. . Ele disse: "Eu costumava pregar ali. O Espírito de Deus desceria e almas seriam salvas.”
. . Eu disse: "Senhor, por favor, me fale sobre isto."
. . Ele disse: "Não era nada como este evangelismo de hoje." Ele disse: "Nós pregaríamos por duas ou três semanas e não daríamos qualquer convite para os homens pecadores. Nós prepararíamos e prepararíamos e prepararíamos os corações dos homens até que o Espírito de Deus começasse a trabalhar e quebrantar seus corações.”
. . Eu disse: "Senhor, como você sabia quando o Espírito de Deus estava vindo para quebrantar seus corações?"
. . E ele disse: "Bem, deixe-me dar-te um exemplo." Ele disse: "Muitas décadas atrás eu entrei nessa loja para comprar um terno. Alguém tinha me dado $30 e me disse: "Pregador, vá comprar um terno para você amanhã." E quando eu atravessei a porta, um jovem balconista que cuidava da loja voltou-se e olhou para mim e quando ele olhou para mim ele caiu no chão e clamou, ‘Quem pode salvar um ímpio como eu?’. E eu sabia que o Espírito de Deus tinha caído sobre aquele lugar.”
. . Hoje em dia, nós simplesmente entramos e conversamos com eles e damos-lhes três perguntas exploratórias e perguntamos-lhes se eles querem orar uma oração e pedir para Jesus entrar em seus corações e os fazemos duas vezes mais filho do diabo, que nunca mais voltarão a serem abertos ao Evangelho por causa da mentira religiosa que nós, como evangélicos, temos vomitados de nossas bocas.
. . Vou dizer algo que Leonard Ravenhill costumava dizer: "Agora você entende porquê eu prego em vários lugares uma vez." Mas essa é a verdade.
. . Quando lidamos com o pecado superficialmente, em primeiro lugar, estamos lutando contra o Espírito Santo. “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado" (Jo 16: 8)
Há muitos pregadores populares, hoje, que estão mais preocupados em dar-lhes sua melhor vida agora do que uma na eternidade. E eles falam com orgulho sobre o fato deles não mencionarem o pecado em sua pregação. Eu posso dizer-lhes isto: o Espírito Santo não tem nada a ver com o ministério deles, senão que Ele esteja trabalhando contra. Essa seria a única coisa
. . Por quê? Quando um homem diz que ele não tem nenhum ministério que trata com o pecado do homem, o Espírito Santo o faz. É um ministério primário do Espírito Santo entrar e condenar o pecado do mundo. E, assim, saibam disso: quando você não trata especificamente, apaixonadamente, amorosamente com o homem e seu estado depravado, o Espírito Santo não está em nenhuma parte perto de você.
. . Ademais, nós somos enganadores quando lidamos de modo superficial com o mal dos homens, como pastores dos dias de Jeremias. “Eles tratam da ferida do meu povo como se não fosse grave. 'Paz, paz', dizem, quando não há paz alguma.” (Jr 6: 14)
. . Nós não somos apenas enganadores, mas somos imorais. Como um médico que nega o seu juramento hipocrático, pois ele não quer dizer más notícias a alguém, porque acha que a pessoa se rebelará contra ele, ficará zangado com ele, ficará triste. E, portanto, ele não diz a eles a notícia mais necessária para salvar suas vidas.
. . Eu ouço os pregadores de hoje. Eles dizem: "Não. Não, não, não, não, não. Você não entende, irmão Paul. Nós não somos como as pessoas do tempo de John e Charles Wesley. Não somos como a cultura que Whitefield se dirigiu ou Edwards. Não somos tão robustos como eles são. Nós estamos quebrados. Nós não temos tanta auto-estima. Nós somos frágeis. Nós não conseguimos suportar pregação como aquelas. "
. . Ouça-me. Alguma vez você já estudou a vida destes homens? A cultura deles também não podia suportar o que eles pregavam. Ninguém jamais foi capaz de suportar a pregação do evangelho. Ou eles se virarão contra ela com uma fúria de um animal ou eles se converterão.
. . E para dar-lhes uma coisa sobre nós sermos frágeis e não termos auto-estima: o nosso país e este mundo estão saturados com esta enfermidade nojenta da auto-estima. Nosso maior problema é que nós nos estimamos mais que estimamos a Deus.
. . Somos também ladrões quando não falamos muito sobre o pecado. Nós somos ladrões.
. . Deixe-me perguntar-lhe uma coisa. Esta tarde, esta manhã, onde foram todas as estrelas? Será que algum gigante cósmico veio e as recolheu em um cesto e as jogou em outro lugar? Aonde foram todas as estrelas esta manhã? Eles estavam lá, porém você não conseguia vê-las. Mas então, o céu ficou mais e mais escuro e quando virou uma noite negra como breu as estrelas saíram na plenitude de sua glória.
. . Quando você se recusa a ensinar sobre a depravação radical dos homens, é impossível que você glorifique a Deus, seu Cristo e a sua cruz, porque a cruz de Jesus Cristo e a glória deste é mais magnificada quando é colocada sobre o pano de fundo de nossa depravação.
Ela muito amou, porque foi muito perdoada. E ela sabia o quanto ela tinha sido perdoada, porque ela sabia quão depravada ela era.
. . Oh, nós estamos com medo de dizer aos homens sobre sua maldade e, por causa disso, eles nunca poderão amar a Deus. Temos roubado a oportunidade de se vangloriarem não em si mesmos, mas para seguir a exortação: "quem se gloriar, glorie-se no Senhor" (2 Co 10: 17).

sábado, 9 de outubro de 2010

Paul Washer - Dez Acusações (1ª Acusação)

Paul Washer - Dez Acusações (1ª Acusação)

Paul Washer - Dez acusações contra a igreja Moderna

Pregado quarta-feira, 22 de Outubro de 2008, na Conferência sobre Avivamento, em Atlanta, Geórgia. Paul Washer dá um apelo urgente para os cristãos e as igrejas na América do Norte, onde muitos têm crido em um falso evangelho e em uma falsa garantia de sua salvação. Ele enumera 10 acusações contra o moderno sistema de igreja na América. Esta é uma mensagem histórica urgente, informe outras pessoas e espalhe a mensagem. Precisamos de uma reforma e um avivamento nos padrões bíblicos!
Greg Gordon (Organizador da Conferência sobre Avivamento)

Paul Washer - Dez Acusações (0 - Oração e Introdução)